24/06/2005
INFLAÇÃO INERCIAL
Com todos os percalços econômicos, podemos dizer que ainda a
nossa moeda tem um valor estável. O governo elegeu em “conter a
inflação”, pois tem ciência que ela destrói o poder da moeda.
Manter patamares baixos de inflação ou quase que inexistentes é a
palavra de ordem.
Se não fosse contida, teríamos aumento de preços regulados pela
procura e oferta especulatória, onde grupos poderiam retira
momentaneamente produtos do mercado ou até mesmo, induzir a baixa
produção, para que a procura fosse maior que a oferta – subindo
preços. A
prática desta liberalidade, poderia levar o conjunto dos agentes
econômicos a criar indicadores de expectativa de inflação, e antes da
ocorrência da inflação, elevar seus preços diante da projeção
futura. Ora, seria como se viu no passado, onde o ministro da economia
comparecia na mídia, dizendo que a inflação do mês será de tantos
pontos percentuais, e todos os preços acompanhavam a elevação. Os
preços que não estivessem equilibrados subiriam imediatamente, diante
da possibilidade de ganho econômico destes agentes, surgindo a
possibilidade de temos uma moeda paralela ao real, como também se
assistiu no passado. Com este quadro, o governo – controlador
econômico do fluxo público e corrente, se viria na obrigação de
abandonar a forma atual de indexar as moedas estrangeiras, migrando do
câmbio flutuante para bases estáveis, precificando a todo o instante o
Dólar e o Euro. O
risco desta medida seria o descontrole da inflação e o afastamento da
valorização das moedas estrangeira no câmbio negro para com o câmbio
oficial, migrando os investidores para a especulação da moeda,
deixando de investir nos negócios de riscos, que trazem desenvolvimento
e melhores condições de vida. Quando falamos de investidores, não se
trata tão somente das pessoas físicas, mas as empresas da área
financeira e da bolsa de valores. Hoje,
praticamente inexiste aplicações rentáveis na área bancária da
forma tradicional como imaginávamos – ou seja, que houve época que a
poupança era investimento. O mercado a ser fortalecido é o da bolsa de
valores, onde o risco é suportado pelo investidor e o lucro é
distribuído com o governo arrecadador. Portanto, inflação inercial
numa economia quase parando, parece não ser o ideal.
Enio
Gehlen – Economista e Contador |