05/11/2005

Efeitos do 13º Salário para Garibaldi

 

Nos meses de novembro e dezembro, são pagas as verbas dos salários, mais o 13º salário e muitos  antecipam as férias, acrescidas de 1/3 de abono.

Somente o 13º salário deverá colocar no mercado em Garibaldi, valores próximo a 5 milhões de reais – valores estes considerados extra. Se considerarmos o salário dos meses de novembro, dezembro e pequenas antecipações do mês de janeiro em razão das férias, e ainda ajustado os que já receberam a título de antecipação do próprio 13º salário, podemos chegar ao valor estimado para estes dois meses de 11 milhões de reais.

Garibaldi teve em setembro deste ano, 9.105 - segundo o CAGED - 9.105  trabalhadores com carteira assinada na condição de empregado, que somados aos administradores, aposentados, profissionais liberais, autônomos e funcionários públicos das três esferas não celesitas, pode atingir o total de 15 mil trabalhadores com remuneração. O saldo positivo até setembro é de 251 novos empregos.

Da população estimada para setembro de 2005 de 28.714 habitantes (segundo o Balanço Econômico que adotou a projeção do IBGE), retirados 31,8% da população que se encontra até os 14 e após os 65 anos, encontramos 19.582 habitantes.

Isso nos faz concluir que restam praticamente 4.500 habitantes que são pessoas que não tem relação de trabalho, mas que podem também ter rendimentos de capital ou de aposentadoria, que também contribuem para a formação do grupo que recebe Gratificação de Natal.

A economia coloca todos os meses em na cidade, em termos de salários, remuneração de dirigente e profissionais liberais, considerado também os servidores públicos e aposentados, valores próximo de  9 milhões de reais que são direcionados a alimentação (3 milhões), habitação, bens duráveis, lazer e investimentos. 

Diante de tantas incertezas podemos dizer que alguns fatores devem ser considerados antes de qualquer interpretação, das mudanças previstas para este final de ano: (I) a antecipação do período letivo do segundo grau e dos cursos superiores – previsto para 20 de fevereiro de 2006 – antes do carnaval; (ii)  a alta rotatividade de empregos de baixo salário neste ano de 2005, onde as empresas substituíram funcionários com altos salários por funcionários de menor valor; (iii) baixo nível de investimentos da população de média renda; (iv)  grande oferta de imóveis de baixa prestação, comprometendo assim o orçamento familiar, com reforços previstos para o final de ano.

Ensaiando algumas tendências, podemos dizer que mesmo com o poder aquisitivo elevado em relação aos preços dos carros populares, não se espera um mercado de veículo aquecido como aconteceu no final do ano de 2003 e 2004.

O calendário deste ano apresenta os feriados (Natal e primeiro do ano) em domingo, obrigando as empresas a planejarem de forma antecipada as férias. Com 15 ou 30 dias de férias, os trabalhadores deixarão de fazer a tradicional escapada de final de semana às praias, estendendo sua permanência na semana, fazendo com que o gasto com alimentação se dê no local de veraneio e não no local da residência. Boa parte desta remuneração será gasta fora de Bento Gonçalves.

Os conservadores poderão investir em conforto, tal como em veículos e viagens – estas desaconselháveis em alta temporada -, pois as aplicações financeiras deixaram de ser um fator atrativo de ganho ou o ganho real é muito pequeno diante daquele que estávamos acostumados a contabilizar. A Caderneta de Poupança virou como foi constituída – uma forma de poupar, para num segundo momento investir. A sensação de que apresentava ganhos financeiros sempre foi irreal.

Portanto, o comércio focado no consumidor, que apresentar vantagens para a condições de pagamento à vista, poderá ter uma grande oportunidade de boas vendas. A vantagem ao consumidor terá que ser real, pois este consumidor está muito atento e informado. A fidelização da grande parte dos consumidores possa ser uma desvantagem aos neocomerciantes – mas esta desvantagem, para os novos comerciante preparados, pode ser uma grande oportunidade. Basta saber cativar e oferecer.

   

Enio Gehlen – Economista e Contador
GEHLEN CONSULTORES
http://www.gehlenconsultores.com.br

 

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