30/11/2005

TRADUZINDO O ECONOMEZ

   

PIB – Crescimento Negativo

 

Para situar, as notícias dão conta de que o crescimento previsto para este ano, tenderá a ser como média mundial próxima a 4% sobre o PIB, aonde que em alguns países – principalmente os emergentes chegam próximo a 10%. O Brasil é um país emergente, onde se tivéssemos um crescimento de 4% representaria um incremento pouco mais de 24 bilhões de dólares. O mesmo percentual nos Estados Unidos representa um incremento de 480 bilhões de dólares. Estamos falando de grandes diferenças.

O Ministro da Economia praticamente tem administrado o caixa, nas mesmas políticas econômicas de 5 anos, políticas estas que eram boas para aquela época e que já venceram.

Gastar menos do que se arrecada não é política econômica, é o mínimo que se pode fazer. Se pretendermos investir, devemos investir numa atividade que mesmo em longo prazo possa trazer recursos para amortizar o investimento, sempre visando o bem estar de seus habitantes.

Causou surpresa na área ministerial o crescimento negativo no terceiro trimestre, como se não tivessem avisado ao ministro que a economia andava em desaceleração. A contabilização dos fatos econômicos produzem relatórios somente depois da sua contabilização. A gestão deveria ter indicadores que pudessem identificar o caminho enveredado pela economia. O empresário atento às demandas, há muito tempo tem assinalado um futuro negro para alguns setores, principalmente para as exportações atrelada as taxas cambiais vigentes. 

Em meio a denúncias e acusações, parece haver um consenso de que Palocci deve se manter no ministério, pois é o homem chave do governo, tido como o menino bonzinho.

O Brasil tem 26 ministérios e dois deles, de desenvolvimento específico, além do planejamento e economia. Cada ministério emprega de 22 a 60 técnicos diretos, além das secretarias, abrangendo mais de mil profissionais de todas as áreas. Não parece pouco diante da necessidade.

Se perguntarmos qual o planejamento para o futuro é bem possível que tenhamos um projeto, mas como resultado, não parece eficaz.

Por vezes podemos montar uma equipe de governo alinhada, comprometida, ajustada, todas nos seus postos, cumprindo seus horários, tudo regimentalmente. Mas podemos também montar uma equipe de incompetentes ou equipe de competentes com chefes incompetentes.

Academicamente podemos fazer algumas comparações. Os clubes de futebol do interior, dificilmente competem em termos de resultados com os da capital, mesmo que em campo são 11 contra 11, tem um treinador, o campo é do mesmo tamanho, se alimentam das mesmas coisas, enfim, nada diferente. Porque então a dificuldade do interior sobrepujar as equipes da capital? Simplesmente porque o poder econômico traz para seu quadro, os melhores colaboradores, os mais competentes. Esta é a diferença. Por vezes, a “democracia” nivela todos por baixo, direitos iguais para pessoas diferentes.

 

 

Enio Gehlen – Economista e Contador
GEHLEN CONSULTORES
http://www.gehlenconsultores.com.br

 

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